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terça-feira, 4 de outubro de 2016

MEU VELHO

Poema de Luis Gustavo de Lucena
Meu velho. 
Vem comigo, 
vamos sentar ali, 
à beira daquele córrego, 
de água limpa e pura, 
como a vida que sonhamos.

Deixe que a brisa 
mexa os teus cabelos 
e que leve teus 
pensamentos 
para outras cabeças.

Deixes 
teu amor 
junto à pureza do córrego, 
para que a correnteza 
o leve para outros corações.

Permita que o sol 
te ilumine, 
porque dele 
vem a luz eterna, 
que te encherá de paz.

Mas, 
não deixe que esta luz 
te segue.

Permaneças 
úmido como as pedras da corredeira, 
para que teus desejos 
escorreguem, 
por entre elas, 
e sigam livres, 
feito a água, 
para o mar.

Entretanto, 
se nada disso conseguires, 
suba ao alto daquela montanha, 
que beira a cidade 
e despeje, 
no ar poluído, 
a tua raiva, 
para que se misture 
à das pessoas que lá se agitam, 
porque elas, 
também, 
não entenderam a minha mensagem



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